11 de maio de 2024
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A primeira reunião do Copom do novo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, foi cautelosa. O comunicado após a manutenção da taxa Selic em 6,5% foi neutro. Apesar de o comunicado ter reconhecido que “a atividade econômica aponta ritmo aquém do esperado”, as projeções de inflação captadas na pesquisa Focus não tiveram melhora. Quando o modelo usa Selic constante em 6,5% e a taxa de câmbio média de R$ 3,85, a inflação estimada para 2019 é de 4,1%, acima dos 3,9% estimados em fevereiro. Para 2020, a projeção ficou estável em 4%, ambas dentro da meta.

Dito isso, é um erro supor que a gestão Campos Neto seguirá a linha de Ilan Goldfajn de aguardar os acontecimentos para só então mudar a curva dos juros. A cautela de Goldfajn foi diretamente responsável por uma manutenção da Selic em 2016 à espera de avanços das reformas pelo Congresso. A gestão Campos Neto tende a fazer o contrário, usando a taxa para sinalizar e apoiar o andamento das reformas e não como um agente passivo. Se o Palácio do Planalto não estragar tudo (o que convenhamos, é um risco alto), a tendência do BC de Campos Neto é de reduzir a Selic ainda entre as duas próximas reuniões do Copom.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

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