1 de maio de 2024
|

O general Augusto Heleno foi visto por meses como uma espécie de conselheiro de bom senso do capitão Bolsonaro. O seu apoio foi decisivo para o então candidato abrir portas no generalato e em outras Forças. Se esta era a sua missão, Heleno fracassou.

Responsável pelo serviço de inteligência da Presidência, Heleno já disse ter formado suas opiniões sobre a conservação das universidades públicas a partir de mensagens que recebeu pelo WhatsApp. Nesta semana, duvidou dos números de desmatamento produzidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, feita com base em imagens de nove satélites e capacidade de resolução de 250 metros quadrados. O general não apresentou um motivo para suas dúvidas, além da convicção de que o desmatamento reduziu. No domingo passado, o ministro subiu num carro de som do protesto pró-Moro para um discurso constrangedor de louvação ao presidente.

Dias depois, o filho favorito Carlos Bolsonaro iniciou uma série de ataques ao general Heleno, culpando-o indiretamente pela falha na segurança que permitiu a um sargento embarcar com 39 kg de cocaína em um avião da FAB. Em entrevista ao portal UOL, o general da reserva Luiz Eduardo Rocha Paiva, membro da Comissão de Anistia do governo, qualificou Carlos Bolsonaro como “imaturo, irresponsável e mal-educado”. “Bolsonaro deve dizer aos militares que desautoriza qualquer manifestação dele. Espero que se dê um basta nisso, porque há questões muito mais importantes para resolver do que ficar esse ‘tititi’ de uma pessoa que é mal-educada e desclassificada”, atacou. Questionado por jornalistas, Bolsonaro não desautorizou o filho, mas disse confiar “100% em Heleno”.

Foto: Agência Brasil

Show Full Content
Close
Close