11 de maio de 2024
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Está se criando um consenso no mercado, no Palácio do Planalto e na mídia de que o Banco Central tem as condições para cortar os juros já na próxima reunião do Copom, em 18 e 19 de junho. Recomendo cautela nessas avaliações.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, tem sido cuidadoso nas suas declarações. Disse que, apesar da péssima expectativa de crescimento, as projeções de inflação seguem estáveis tanto no curto como no longo prazo. Em um jantar promovido pelo site Poder360, Campos Neto disse que a melhor forma de ajudar na retomada do crescimento é com “credibilidade e a melhor maneira de ter credibilidade é com inflação baixa e expectativas ancoradas”.

Essa é a primeira pressão sobre RCN. Ele foi testado e aprovado com sucesso quando o câmbio bateu em R$4,10, caindo silenciosamente a R$3,925 na sexta-feira, 31 de maio. O caso dos juros, no entanto, envolve mais do que os nove membros do Copom porque revela a falta de mecanismos do Ministério da Economia para estimular o crescimento no curto prazo. Sem nenhuma medida na manga de Paulo Guedes para demonstrar sua preocupação com o crescimento, é possível supor que o mercado passe a enxergar o BC como o único meio de mudar as expectativas da economia. RCN precisa dar muito mais entrevistas para ancorar o seu discurso antes do próximo Copom se quiser reduzir essa pressão.

Foto: Divulgação/Banco Central

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