29 de março de 2024
|

Durou menos de trinta horas a ilusão de compromisso do presidente Jair Bolsonaro com a reforma da previdência. Na sua primeira entrevista como presidente, depois de duas altas recordes nas bolsas de valores, JB afirmou à rede de TV SBT que a proposta do governo terá como parâmetro a idade mínima de aposentadoria de 57 anos para mulheres e de 62 anos para homens. É uma versão mais frouxa do que a proposta pelo governo Temer, com idade mínima de 62 anos para mulheres e 65 para os homens. 

A declaração é grave por três motivos: 

1. Não revolve o problema. 

2. JB não conversou com o ministro Paulo Guedes antes da entrevista. O novo ministro da Economia ficou de entregar na terça-feira, 8, a versão da sua equipe para a reforma da previdência. O presidente, portanto, desacreditou o seu ministro da Economia sem sequer ler a proposta. 

3. A justificativa de JB para a fixação das idades mínimas é uma coletânea de lugares comuns que não se sustentam na realidade. 

A pergunta natural é por que Bolsonaro fez essas declarações? A resposta é: ele não está convencido da necessidade da reforma, acredita honestamente que o mercado irá aceitar uma reforma água com açúcar e que o principal para o seu eleitorado é o eixo combate à criminalidade e antipetismo. 

JB não parece inclinado a gastar seu prestígio eleitoral nas reformas econômicas, o que é um péssimo sinal. Já assistimos antes o filme de um ministro liberal e um presidente que não acredita em reformas. O final não foi bom.

Foto: Alan Santos/Presidência da República

Show Full Content
Close
Close