29 de abril de 2024
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Partido fantasma até o ingresso de Jair Bolsonaro, o PSL anunciou que terá candidatos no máximo de prefeituras possíveis em 2020, numa tentativa de diferenciar o legado do PRN de Fernando Collor e o PTN de Jânio Quadros, inúteis no apoio aos seus líderes. A novidade é que a chance de o PSL se consolidar como um partido importante é real.

Com Bolsonaro, o partido saltou de um para 52 deputados e de zero para quatro senadores. Em 2016, o partido elegeu 30 prefeitos. Espera eleger mais de 500 no ano que vem. É uma missão possível, conforme apontou em artigo no Valor os cálculos feitos pelo economista Bruno Carazza, autor de “Dinheiro, eleições e Poder”.

Carazza demostrou que o PSL (52 deputados e 4 senadores) será a legenda com mais recursos do fundo eleitoral. Dos R$ 6,7 bilhões previstos de orçamento para o Fundo Eleitoral em 2022, o PSL terá quase R$ 740 milhões – R$ 40 milhões a mais que o PT (R$ 694 milhões). A seguir vem o MDB, R$ 449 milhões, PSD com R$ 448 milhões, PSDB, R$ 429 milhões e PP com R$ 424 milhões. Para comparar, em 2018 Bolsonaro teve acesso a R$ 17,5 milhões do Fundo Partidário.

O cálculo tomou por premissa que não haverá alteração no montante de dinheiro do fundo partidário e do fundo eleitoral decididos a cada ano no orçamento. Para simplificar as contas, os partidos recebem nas eleições municipais metade do valor das eleições gerais, com a mesma proporção. Ou seja, o PSL terá um fundo 40% maior que o PSDB tanto em 2020 quanto em 2022.

Manifestantes se identificam com partido

Embora chamuscado pelas investigações do uso de laranjas, o PSL foi o partido mais citado entre os manifestantes na avenida Paulista, no domingo, 26 de maio. Enquete do grupo de pesquisas em políticas públicas para acesso à informação da USP mostrou que 34% se identificavam com o PSL ante 55% que se diziam sem partido. A mesma enquete mostrou que 88% se classificaram como antipetistas, 76% dos manifestantes se colocam como de direita, 72% se consideram conservadores em temas como família, drogas e segurança e 68% se declaram antifeministas.

Perguntado por Veja sobre os constantes boatos de que vá deixar o PSL, o presidente disse:

“É um partido que foi criado, na verdade, em março do ano passado e buscava pessoas, num trabalho hercúleo no Brasil. Então nós fomos pegando qualquer um: ‘Quebra o galho, vem você, cara, vamos embora’. E tem muita gente que entrou e acabou se elegendo com a estratégia que eu adotei na internet. Só para ter uma ideia, o Major Olimpio, que estava em quarto em São Paulo, passou a ser o primeiro e se elegeu senador. Eu falava: ‘Clica aqui. Vote em um desses colegas nossos’. Teve muita gente que falou para mim: ‘Nossa, eu não esperava me eleger’. Por isso o pessoal chegou aqui completamente inexperiente, alguns achando que vou resolver o problema no peito e na raça. Não é assim.

Quando a gente se casa, a gente jura amor eterno”.

Foto: Mateus Bonomi/AGIF/Folhapress

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